terça-feira, 12 de julho de 2011

Parei com o amor



Eu lembro que você costumava me chamar de chata , confusa e extremamente irritante nas minhas crises de TPM. Mas não importava todos esses defeitos que você ressaltava em mim, já que no fim eu era a sua chata, a sua confusa, a sua irritante, eu era sua e no fundo pouco importava todos os meus defeitos, ou talvez por grande equívoco importassem demais e seja por isso que estejamos separados. Mas faz tanto tempo, depois disso tantas histórias mal concluídas, mal acabadas, mal iniciadas, sem início ou fim.Tanta coisa passou.O tempo passou. E aquilo que eu sentia também. Ás vezes eu gosto de recordar daqueles momentos, ou dos apelidos carinhosos ou de alguma briga que acabava sempre com a gente se amando mais e mais. Eu lembro disso talvez por saudade, talvez por costume-minucioso hábito cotidiano. Mas na verdade eu sei que gosto de lembrar porque depois daquilo, nunca mais.Não existiu outra pessoa capaz de preencher o vazio e eu fui vivendo com ele no peito sem saber como é mesmo amar. Sem saber aquela sensação que vem bem na garganta, não sei, aquela em que parece que o coração vai sair pela boca. Uma dorzinha de leve. Aquela ansiedade...e como é mesmo aquele sorriso do nada só de pensar na pessoa. Eu até me lembro, mas não sei bem como é. Quem não sente não sabe, não é assim?! Quem não tem alguém lembra como é ter-se já teve um dia- mas não sabe mais como é ter. Confuso, não?!Confusa mesmo anda minha mente que se questiona o tempo todo porque tem que ser assim. Eu que já chorei tanto por um amor, hoje choro pela falta de um.

Sei lá, você acorda segue sua rotina, repete ciclos, repete pessoas, vai à lugares, conhece gente nova, se arrisca em relações inusitadas que perduram por só uma noite e faz tudo com um só objetivo: encontrar o amor. Mas o amor não está á mostra, na verdade não está ao seu redor- é o que parece. É difícil pra mim aceitar a falta do amor. Acho que é por isso que tenho esse vício horrendo de persistir no que não é, no que nunca foi. Na falta do amor a gente se agarra às lembranças tão distantes, tão estranhas, tão 'nada a ver'. Na falta do amor a gente enlouquece e começa a sentir o que não é, pela pessoa que menos imaginamos. A gente supre carência com o passado, filme e pipoca ou então numa festa onde parece que todos estão bem, menos nós mesmos.

A falta do amor não deveria existir, assim como a falta de ser amado, assim como a falta de amor recíproco, pra falar verdade o amor é essencial e todo mundo deveria amar todo mundo e deveria existir sim isso de par perfeito: aquele que eu me apaixono, se apaixona por mim e pronto. Mas o mundo tem tanta gente e tanta falta de amor e tanto amor excessivo em cima de uma só pessoa, que ás vezes penso que falta pra mim o que pra outros existe em excesso. Mas eu não peço tanto. Só quero um amor daqueles que nos leva a todos os extremos, mas no final do dia a gente deita a cabeça no travesseiro e sabe que é amor de verdade. E no meio do pensamento, sorri, se sentindo a pessoa mais sortuda do mundo, quando esse lisonjeado pensamento é interrompido pelo toque do celular e você lê uma mensagem do tipo: ''Eu te amo.'' E você percebe que naquele exato momento você estava pensando em alguém que estava pensando em você com amor e carinho, com reciprocidade. E isso é mágico entende?! Quantas vezes na sua vida você vai ter o mesmo pensamento simultâneo ao de alguém? Quantas vezes, me diz?!O amor é mágico e eu em buscas fracassadas dessa magia só tenho uma coisa a dizer:

Parei com o amor, mas um dia, se Deus quiser, ele volta e eu volto a ver encanto no mundo.O que importa é não perder a fé- é o que me dizem. De fé eu estou cheia, agora de amor estou escassa. Mas prefiro acreditar, mesmo diante de todas as buscas frustrantes, que um dia eu volto a esbarrar nele por aí e quem sabe não é hoje, não é amanhã. Nunca se sabe. O amor é mágico se lembra?! E a sua magia está também na imprecisão.

Thalita S.

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