quarta-feira, 4 de julho de 2012




Engraçado como algumas coisas se tornam permanentes em nossas vidas, sem que ao menos a gente perceba. Hoje me fizeram lembrar você... Perguntaram-me se tenho sabido de você e se ainda nos víamos. Sorri e respondi que, não, pras duas perguntas! Se fosse em outros tempos, eu teria difamado você (e teria certamente perdido o resto do dia, remoendo cada canalhice sua)... Só que hoje não. E acho que eu sei exatamente o que isso quer dizer... Quando desperdiçamos energia com algo, é porque nós nos importamos, sabe? E eu não me importo... mais! Te amei por anos, te odiei por meses... Só que hoje não! Quando alguém nos machuca, temos tantas opções... Podemos lamentar e achar o mundo injusto e desgraçado; ou podemos acreditar que, até o “nunca” e o “pra sempre” se deslocam... E que a cada minuto, múltiplas possibilidades de recomeço passam por nós, sem que a gente nem mesmo perceba. E eu decidi acreditar... Acreditar que o universo trabalha sempre ao nosso favor e que Ele, lá de cima, na sua mais imensurável sabedoria e benevolência, destina o melhor pra nós. Porque o nosso tempo é diferente do tempo de Deus. E quando a gente aceita isso, tudo fica menos doído. E no fundo? Não vale mesmo a pena... E não faz sentido algum. Amar você foi o pior engano e odiá-lo foi a maior estupidez, que me dei ao trabalho de cometer. Eu não gosto da versão de mim que surgiu dessa merda toda. Eu não sou nem nunca fui, vingativa, amarga, maquiavélica. Eu não sou nem nunca fui uma pessoa infeliz... Desse tipo que só consegue esboçar sorrisos diante da desgraça alheia. Eu sou tão maior que toda essa sujeira. E é por isso que hoje, eu escolhi que não! Que não vou mais cutucar as feridas tão antigas e entreabertas do meu peito. Não vou mais prorrogar a decisão de te esquecer por completo. Que não vou mais adiar a despedida de todas as suas lembranças que permaneceram em mim, mesmo depois de tantos desenganos. Eu não sei ao certo há quanto tempo, eu só sei que faz muito tempo; e que lá atrás eu decidi te esquecer. E essa foi a decisão mais coesa que pude tomar em toda a vida. Queria poder dizer de peito aberto que eu te desejo o melhor e que todas aquelas coisas que você me falou, não fazem mais barulho dentro de mim. Só que ainda não. Pedi ao tempo, a solução. Ele sorriu e pediu que eu o deixasse passar. E eu o deixarei... Porque eu sei... Só eu sei... E a verdade é que você não precisava ter sabido. Mas eu tentei. Eu sei que tentei. E sabe do que mais? Deus é O cara! E tem sempre razão no que faz. Ele sempre tem. E um dia você vai... Eu sei que um dia você vai enxergar e também vai aprender. Só que aí, eu não vou estar mais aqui.



Desconheço Autoria

segunda-feira, 2 de julho de 2012



Acho que posso dizer que é amor, sim. Mesmo que a gente tenha se perdido para que eu pudesse encontrar a mim mesma. Mesmo que a gente tenha se perdido para que você pudesse buscar a si mesmo. É amor porque eu te guardo na lembrança bonita do meu crescimento, da descoberta do que era a co-dependência ou da fusão que subtrai. É amor, porque cantamos juntos, dançamos juntos, choramos juntos, fizemos amor intensamente, trocamos profundamente as angústias da alma, torcemos um pelo outro, nos ajudamos, viajamos juntos, gargalhamos desarvoradamente, dormimos juntos no melhor abraço um do outro, descobrimos novas músicas, sinônimos, livros, enlouquecemos lindamente, brigamos muito, fizemos as pazes várias vezes e fomos embora um do outro quando nada mais era poesia. Não foi triste, mas doeu profundamente.Uma dor resignada porque eu podia ver com clareza que já não nos acrescentávamos nada. E aprendi a trabalhar o desapego e o perdão. E hoje, quando vejo você sorrir, eu sinto que estamos bem e que fizemos a coisa certa. E o amor só pode ser isto: querer que o Outro encontre a felicidade a qualquer custo, mesmo que isso exclua você da plenitude dele. Mesmo que isto exclua o Outro da sua plenitude.



Marla de Queiroz